
Há um ‘Grande Plano’ para a vida na Terra?
É o dia do casamento de Justine (Kirsten Dunst). Ela está noiva de um rapaz muito charmoso e devoto, tem uma carreira promissora e, aparentemente, uma bela família. Sua irmã, Claire (Charlotte Gainsbourg) junto a seu marido, John (Kiefer Sutherland) prepararam-lhe uma festa de arromba para comemorar as bodas tão esperadas.
Porém, há algo de estranho no ar.

Justine encontra-se completamente perturbada e angustiada. Entre uma dança e um brinde, Justine sente a necessidade de se retirar, de sentir o ar fresco e de refletir sob a luz das estrelas...
Justine está diante de uma decisão que marcará sua vida até o fim. Escolheu, portanto, o momento perfeito para uma intensa sessão de contemplação e desespero.
Claire, por outro lado, é uma mulher serena e tranquila. Casou-se com um homem brilhante que lhe deu um filho maravilhoso.
Ainda assim, algo também a desconcerta tremendamente.
Justine passa a querer 'entender' tal catástrofe.
Claire quer somente correr dela.
Melancholia dialoga com a percepção do homem.
A visão sobre si, sobre os outros e o mundo.
E, talvez, o futuro.
O Político?

No Brasil, o preço da banana ultrapassa o valor praticado em Nova York..
É, de fato, o fim dos tempos.
O que estamos fazendo com nossas vidas......?
As protagonistas, então, exibem duas formas de existir: para-si, e para-os-outros.
Justine & Claire tem algo em comum – Ambas teriam plena capacidade de usufruir de uma vida farta, empreendedora e feliz. Porém, enquanto Claire permanece alienada - fechada numa espécie de microcosmo, isolada do mundo, de costas para todos, numa vidinha à três, tacanha e quase primitiva, Justine resolve eclodir para o mundo, resolve conceber o Grande Plano, o sentido de sua vida, e assim sendo, o sentido da vida na terra.

Uma, luta desesperadamente para salvar seu filho; aquele que dará, supostamente, continuidade a uma espécie.
A outra questiona a própria continuidade em si.
Questiona o impacto dos outros sobre si e vice-versa.
O olhar dicotômico de Lars Von Trier: Estamos todos deprimidos? Deveríamos estar? Ou este quadro maníaco que se encontram todos, inclusive Claire, é a solução..?
A salvação...?
O deprimido não vê sentido em nada.
Melancholia é quase uma ópera - De fato, o planeta caminha para um lugar obscuro.

Cada plano, cada atriz e cada momento são repletos de pensamentos, dúvidas, medos e arrependimentos. O ser humano em "pure flesh n bone".
Uma câmera próxima.
Um drama psicológico intenso e invasivo.
E um texto brilhante e mais que pontual. Em cada frase uma pancada...
Fica dica.
Nota bene - Os primeiros 35 minutos do filme são inteiramente descartáveis.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir'Melancholia' é uma ESPÉCIE de filme quase inclassificável ou ao certo -, não há classificação. Sabe quando você tem a sensação de presenciar uma coisa extremamente "out of this world" foi exatamente como me senti ao sair da sala de cinema 'notwithstanding' (rs) não tem como ficar indiferente ao sentimento que lhe parece angustiante e ao mesmo tempo toma conta de você ao longo do filme... Devo confessar que, por muitas vezes eu bocejei e, ví algumas pessoas na cadeira ao lado se contorcerem com a estática ... com a espera... com o prenúncio... de uma Justine (feliz, triste, sensível, forte, bizarra, melancólica)- morta. As imagens eram carregadas de um significado tão singelo quase um ornamento da vida e seus subterfúgios... e ao mesmo tempo tão sem palavras. Eu me permiti ser Justine nos últimos 2 minutos, me indentifiquei com uma tentativa racional dela de entender que é inevitável largar as mãos e tentar fantasiar o que lhe atinge ... lhe devora. É da nossa natureza (inerente)- o (tentar) impedir - mas, se e somente se, esse seja o nosso destino - A realidade é tão dura quanto parece? Justine abriu sua natureza; e isso é assustador, a voz que chama você, que te abre para o mundo (o seu mundo)-, mas sem muito o que dizer sobre termos psicológicos - 'Melancholia' não atingiu só Justine.
ResponderExcluirAdorei o review.
by Ramon ;)
Lars consegue nos deixar Melancólicos e nos faz questionar o mérito de ser feliz nesta obra claustrofobica, opressiva e maravilhosa. Porque um filme precisa te fazer sentir bem? Um filme precisa te fazer SENTIR. Obrigado Lars, quem dera mais diretores fossem viscerais como você. E obrigado Joaquim, meu xará, pelo belo texto.
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