sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Capitão América", 2011, Joe Johnston


Estamos durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha ostenta uma força avassaladora liderada pelo demente Caveira Vermelha (Johan Schmidt) e os Aliados se vêem à beira de um desastre iminente. Os EUA, abalados e inquietos, procuram uma estratégia, um trunfo, mas nada parece adiantar. Até que aparece um certo cientista com uma daquelas idéias malucas… Um homem que inventou uma pocão mágica que tornará qualquer homem, qualquer soldado, imbátivel. Porém, não basta força física em si, e sim, brio e distinção, por incrivel que pareça…

Paralelamente, em meio ao caos, surge um moço, Steve Rogers (Chris Evans) - garoto franzino, mirrado e abusado – que nitidamente tem nada a oferecer, mas que aspira ardentemente a ser recrutado pelo exército Americano. Junto à ele, centenas de rapazes altos, fortes e másculos (rs) participam de uma avaliação dura, De cara, Steve é logo rejeitado, mas aos poucos sua índole passa a chamar a atenção dos generais mais atentos que logo vêem no rapaz a chave para esse complicado experimento - A aplicação do soro do “super soldado”!

O resto é sabido:

Rapaz toma o soro, a fórmula se perde, ele passa a ser o único super soldado do exército e a Guerra parece ter um fim terrível. Porém, somente até que Capitão América se lança com seu escudo feito de vibranium em busca do sanguinário Caveira Vermelha.

Capitão América assim como o Super-Homem foram criados com um propósito: Inebriar as mentes de jovens com idéias sobre o bem e o mal, justiça, coragem e um espírito nacionalista. Desta forma, tanto o franzino Rogers como o E.T mais famoso do mundo, tem hoje, como “complicômetro”, a dificuldade de terem suas histórias adaptadas às telas dos cinemas sem parecerem moralistas demais, repetitivas, óbvias, chatas e nada criativas.

Afinal, um homem praticamente invulnerável, com uma personalidade inabálavel e um sentido na vida indiscutível é mais ficcional do que, até, um Kryptoniano.

Entende-se que quando heróis se aproximam das pessoas comuns, dividem dificuldades em comum e mostram seu lado podre, estes ganham maior notoriedade e são capazes de capturar verdadeira atenção de espectadores – Vide Batman, Os X-men, Watchmen e assim por diante...

A invulnerabilidade de Kal-El cansou. Não é mais hype ser o máximo. Enfim, coisas da modernidade. Do mesmo jeito, a benevolência de Steve Rogers que faz qualquer um bufar irritado na cadeira.

Logo, o filme Capitão América, e sua história – que retrata e reforça todas esses clichés - traz uma sessão nostálgica apenas simpática; uma que passa longe de dar uma repaginada no heroi, deixando ali duas horas de mamão com açucar e muito lenga-lenga.

Se trata de um roteiro muito simples, sem grandes questões e um Capitão América ainda “engatinhante”. Um filme de ação decepcionante.

Direção de Joe Johnston (O Lobisomem, Jurassic Park III, Jumanji e Querida, encolhi as crianças) é regular, sem grandes perturbaçoes; assim como as atuações – esforçadas em trazer leveza e humor mas que morrem exaustos na praia.

Ter em mente que se trata de um super-herói, que é um filme para criança não é um argumento dos mais toleráveis.

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O problema, talvez, seja a tal da expectativa -

Existe um teoria que diz o seguinte – uma pessoa só aplica esforço se há uma chance de alcançar um determinado objetivo. Alcançar uma boa performance pode fazer com que aconteça determinado resultado. A performance deve ser alcançável pelo sujeito em questão. Objetivos inalcançáveis são desmotivadores. De acordo com a teoria da expectativa, a quantidade de esforço que uma pessoa exerce em uma tarefa específica depende da expectativa que ela tem de seu resultado.

Isso seria suficiente para “explicar” a origem do Capitão América.

Steve Rogers “deu certo” mesmo sendo aparentemente a própria antítese de um herói -deu certo por que simplesmente vislumbrou tal possibilidade e "fez por merecer" o título de herói nacional. Ou seja, quase um quadro esquizofrênico.

Pena que essa teoria não funciona para nós, reles mortais.

Afinal, a expectativa seria a de que este filme, que antecede Os Vingadores, iria emplacar seu maior herói com louvor e glória...


A dica? A dica fez a curva em Albuquerque e foi para a Alemanha ressucitar o Caveira Vermelha.

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