quarta-feira, 29 de junho de 2011

"X-Men: First Class, 2011, Matthew Vaughn


Charles Xavier (James McAvoy) sempre foi um rapaz estudioso. Sua mutação genética somada a sua inteligência invejável sempre o “incomodou” a ponto de achar que portara uma doença grave. Aos poucos isso foi mudando; Charles passou a ter interesse em compreender o que havia de errado com ele e sua irmã adotiva – Raven Darkholme, de alcunha, Mística (Jennifer Lawrence). Juntos, os dois atravessaram os anos da faculdade curiosos a respeito de outros mutantes, até o dia em que Charles graduou-se com o tíitulo de doutor em Genética, abrindo-lhe, dentre tantas portas, uma em especial – a da segurança nacional.

Moira McTaggert (Rose Byrne), espiã do governo americano acaba de fazer uma descoberta avassaladora sobre um pícaro chamado Sebastian Shaw (Kevin Bacon)– um homem capaz de iniciar a 3a Guerra Mundial.

Eric Magnus Lehnserr (Michael Fassbender) fora um dos prisioneiros de Auschwitz. Viu, ali, seus pais serem assassinados além de ter sido cruelmente torturado e tutelado por uma vil criatura. Ninguem menos que o mesmo Sebastian Shaw, claro... Durante os anos, Erik viciou-se na idéia de vingança – perseguiu todos os ex-generais do exército nazista a fim de encontrar aquele que tornou sua vida uma desgraça.

E finalmente chegou o dia em que saberemos como a mente mais poderosa do mundo e o mestre do magnetismo se tornaram arqui-inimigos.

Papo de nerd? Nada disso, papo sério...

A Marvel Studios prometeu e, de fato, entregou a história que dá inicio a equipe de heróis mais celebrada do planeta. Assim como nos quadrinhos, a 1a equipe de Charles Xavier em “Primeira Classe” não agrega os ilustres Cyclops, Tempestade, Wolverine (não por falta de pedido), Vampira e Colossus. Houve certa adaptação para os dias de hoje com a inserção de Mística e Darwin, mas nada que deixe os mais aficionados frustrados.

Houve, na verdade, uma esperta mistura de fatos que deixou o espectador apenas curioso para saber como é que a história irá se desenrolar.

Tudo que Mathew Vaughn não pode realizar ao dirigir o excelente Kick-Ass foi atendido em X-men: First Class – efeitos especiais e cenas de ação dignas dos heróis em questão – Fera com suas habilidades acrobáticas e famosa pelugem azul, Banshee e seus gritos espantosos, Alex Summers e a telepatia de Emma Frost. Além de exibir um mestre do magnetismo emergente, incipiente e ávido para destruir quem atravessar seu caminho.

Não obstante, o elenco encabeçado por James McAvoy (Atonemente, Ultimo Rei da Escócia, The Last Station) e Michael Fassbender, torna X-men:First class um filme com atuações nada infantis. Fassbender é Magneto, sem tirar nem por... Kevin Bacon e Jennifer Lawrence dão peso e sentido para seus personagens de forma muito natural e nada caricata, como de se esperar... Até Hugh Jackman dá o ar da graça com uma única e contundente frase!

Brian Singer está por trás de X-Men: First Class, coisa que confere certa credibilidade, logo que X2 foi, sem dúvida, o melhor filme dos mutantes até agora. Um filme que poderia conter mais cenas de ação, mas que conseguiu rechaçar toda fofoca de que seria uma fraca experiência cinematográfica.

De fato, nada monumental, mas um sutil e divertido “re-começo”.

Fica a dica.

PS: encontraram até, um jeito inteligente de dar origem ao afamado capacete de um dos maiores 'vilões' dos quadrinhos...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

"Kung Fu Panda 2", 2011, Jennfier Yuh



Chegar a um entendimento de si; se aceitar; torna possível atingir uma paz interior, a qual permite que o individuo faça o que quiser e atinja qualquer objetivo.”


E assim apregoa o pequeno-sábio panda vermelho, Mestre Shifu (Dustin Hoffman).

O que acontece a um templo Kung Fu quando um panda atordoado, para não dizer outra coisa, passa a conviver 24/7 com seus mais diligentes membros?

Caos.

Foi se a época de criar mitos benévolos, fantasiosos e moralistas.

O mundo agora reúne milhares de atrapalhados, gordinhos, quatro-olhos, geeeks e nerds, os quais tem uma lista de “heróis” que não são necessariamente fortes, valentes, espertos e destemidos. Estes tem apenas “a possibilidade” de - se quiserem - ser aquilo que almejam.

O mundo mudou, a mensagem mudou, e assim, seus protagonistas também mudaram...

Talvez a grande jogada do momento seja esta: realizar filmes infantis mas que são nada singelos. Filmes que zombam constantemente de alguns preceitos mais caretas, digamos.

Kung Fu Panda 2, assim como o primeiro, se trata de uma versão light dos filmes politicamente incorretos. Trocaram quatro tartarugas saradas por um urso gorducho, cômico, meio bobo da corte, que aparentemente não serve para nada e ainda - preguiçoso, malandro e fora de forma - MAS que possui algo suficiente que o faz salvar o dia e com louvor:

A crença em si mesmo.

Desta vez, Po (Jack Black), recebe de seu mestre a incumbência de salvar das garras de um terrível vilão, Shen (Gary Oldman), uma vila habitada por inocentes. Parece que a história da adoção de Po está atrelada a história do tal crápula, e assim, o herói alvinegro parte em busca do mistério que envolve sua origem.

De fato, o roteiro não é um que surpreende e tem basicamente o mesmo esqueleto que o primeiro filme. Por outro lado, se trata de um filme que divide equilibradamente os quesitos ação/emoção além de nitidamente ter investido em tremendas tiradas e piadas.

Os encontros entre Po (Jack Black) e Shen (Gary Oldman), são escrachadas sátiras sobre o “bem” encontrando o “mal”- Impagável!!!

Kung Fu Panda 2 é, portanto, um respeitável ‘clone’ do antecessor. Certamente diverte “crianças” de 5 a 35 anos de idade com suas piadas geniais.


Ficadica!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

"O poder e a Lei", 2011, Brad Furman



Louis Roulet (Ryan Philippe) é um playboy que não foge à regra – feição de bom moço, airoso e envolvente. Contudo, suas ultimas extravagancias fugiram ao controle levando-o a se complicar com uma investigação policial. Ocorre em Los Angeles uma agressão e tentativa de assassinato à uma prostituta. Assim, duas hipóteses são diagnosticadas - Uma onde Roulet é apontado como o agressor e outra onde a moça é a acusada de falsa imputacão de prática delitiva e, consequentemente, perjúrio – ou seja, que tudo se trata de um golpe audacioso arquitetado pela própria onde tenta cavar um processo por perdas e danos contra o abastado rapaz.


Mick Haller (Matthew McCounaghey) é, então, acionado pela família Roulet para montar uma tese de defesa para Louis. Conhecido por se meter a defender inomináveis criminosos e casos absurdos, além de conseguir absolvições quase milagrosas - motivo o qual levou ao fim de seu casamento com Maggie (Marisa Tomei), já que a mesma, como advogada, trabalha para incriminá-los - Mick Haller tem agora diante de si um processo árduo e mais que cabeludo; uma família que mal sabe o significado da palavra ‘escrúpulo’ e, à tira-colo, um rapaz insanamente; perdão, sinistramente angelical.

Quando, justamente, algumas peças passam a se encaixar, investigações paralelas atravessam o caso de Roulet se misturando a outros crimes não resolvidos, abrindo então, margem para uma suspeita de crimes em série. Coisa que Mick e seu colega Frank (William H. Macy), não estavam preparados. Mick Haller tem, portanto, um caso que fatalmente o faz pensar em questões morais – a ameaça a sua carreira e amigos o leva a ultimas instancias e a tomar medidas mais que ardilosas.

Há muito tempo, com excessão de Os Homens que não amavam suas mulheres de Stieg Larsson, não se via um filme com roteiro tão engenhoso e perspicaz. "O poder e a lei" se trata de um cativante drama que discute até onde os preceitos a que um indivíduo se submete podem interferir nas suas escolhas e saídas - Uma verdadeira sinuca de bico. Advogar pode ser algo teatralmente fascinante...

O poder e a lei, roteirizado pelo criativo John Romano (Early Edition, Monk, etc), não poderia ter outro resultado senão deixar todos chumbados e soldados as poltronas do cinema com olhos esbugalhados e atentos. Um filme permeado com ligeiras porem impactantes reviravoltas que trazem um clima de acusações e cenas de tribunais primorosas e acuradas.

O estreante diretor Brad Furman debuta com ar e graça – impõe uma câmera “na mão” tensa e trêmula que transmite muito bem uma excitante história. Além, é claro, de ter selecionado um tremendo elenco. Marisa Tomei, William H. Macy, John Leguizamo, Josh Lucas, Frances Fisher, Michale Peña e Bob Gunton – todos pouco conhecidos – mas que dão um suporte respeitável ao protagonista e antagonista do filme.

Tanto McCounaghey como Philippe rendem muito bem em seus papeis.


Um suspense próprio e memorável.

De Michael Connely, claro...


Ficadica!


Assistam o trailer - http://bestmoviesevernews.com/lincoln-lawyer-new-trailer/