segunda-feira, 18 de outubro de 2010

"Tropa de Elite 2", 2010, José Padilha


Tropa de Elite - o primeiro - foi uma "brincadeira". Uma espécie de exercício em que José Padilha ousou criar, ou melhor, recriar o clima e ambiente carioca – tiros, drogas, favelas e o caveirão. Fruto de Cidade de Deus.

-> Um filme que despontou como sendo o melhor filme já produzido no Brasil.

No que concerne a produção, talvez; ao roteiro, jamais.

Mas, tudo bem, deixemos Padilha pensar assim.

Afinal, de tão eufórico com seu próprio falo, ele não sossegou e traz hoje a continuação da história – Tropa de Elite II, a missão. Aliás, “O inimigo agora é outro.”

Neste, Cap. Nascimento é "expulso" do BOPE e realocado para a Secretaria de Segurança Pública, um lugar onde assume o mais burocrático dos trabalhos, além de uma posição "privilegiada" para observar a sujeira, podridão e canalhice a que estamos submetidos – o cenário político brasileiro e, especialmente, o Rio de Janeiro com seus governantes e polícia e as milícias criadas pelos mesmos. E, como se não bastasse esse universo angustiante e sufocante, seu filho, agora com 8 anos, compreende o que seu pai faz da vida, e torna os momentos de lazer de Nascimento um drama familiar, em que só consegue ver o pai como um monstro.

Et voilà, temos o filme.

Um filme aprimorado no que concerne à técnica e à linguagem. Tomadas, planos, câmeras na mão, gruas espetaculares e, em suma, uma filmagem opulenta - fotografia bem pensada e autoral. Um roteiro com alguns furos e absurdos, mas que existem para deixar a história apimentada – beiram o melodrama novelístico, mas que não depreciam de forma alguma o resultado final.

Como disse um jornalista, Tropa de Elite 2 é fundamental.

Escancara, exibe e arremessa na tela do cinema, na cara do espectador a realidade do sistema político carioca. Denuncia a fragilidade de uma cidade que de maravilhosa tem somente o "caráter" de seus administradores.

Wagner Moura lidera um time de atores espetaculares e que dispensam outros ou mais elogios.

Desta vez Padilha pode comemorar e demonstrar sua arrogância habitual –

TE 2 é um filme como nenhum outro.

Mesmo copiando algumas coisas de Batman – O cavaleiro das trevas, do genial C. Nolan, e fazendo de Wagner Moura um justiceiro vingativo à lá Chuck Norris/Charles Bronson (nada contra!), TE 2 é imperdível.

Fala ao brasileiro sem censura e isso é fundamental.

Fica dica!!!

2 comentários:

  1. Um filme muito mais maduro do que o primeiro, mais bem pensado, preparado e roteirizado. Ainda um pouco ingênuo e metido a Robin Hood, mas ainda assim um filme imprescindível.

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  2. Eu achei este filme superior ao primeiro! em tudo. Na abordagem, no roteiro, na crítica que faz da realidade de mundo brasileiro.

    Wagner Moura é um ator fantástico!

    Parabéns pelo blog, estou lendo tudo e aos poucos comento mais. Te sigo e linkei seu blog ao meu.

    Mantenha contato!

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