segunda-feira, 1 de março de 2010

"Amor sem escalas" 2010, Jason Reitman


Um filme surpreendente!!

Um roteiro nada rebuscado mas criativo e instigante. Amor sem escalas” deu ao ator George Clooney um papel que o fez 'suar'. Talvez faça-o 'dançar' ao receber a cobiçada estatueta do Oscar 2010.

Ryan Bingham, (Clooney) é um funcionário de uma empresa especializada em realizar demissões – ele é contratado para ser o porta-voz da requerente, no momento que a mesma decide despedir seus funcionários, e não tem a coragem, ou o saco para fazê-lo. Eis que aparece Nathalie (Anna Kendrick), recém saída da universidade, altamente graduada em psicologia e afins, sugere a empresa de Ryan, que esse trabalho seja feito através de ‘Webcams’ facilitando a vida de milhares como o próprio, que passaram a vida rodando os EUA, 10.000.000 milhas voadas, e que assim, ficaram sem residência fixa, sem a possibilidade de fazer amigos, família, etc.

Ryan encontra a idéia absurda, pois coloca em choque justamente o que ele vem fazendo há 20 anos, seu modo de vida e uma suposta sensação de felicidade e completude. Mas mesmo desgostoso com esta idéia, Ryan e Nathalie, fazem uma última demissão numa empresa, como uma espécie de treinamento para a novata.

Ao longo da jornada, Nathalie descobre que demitir alguém, não é tarefa tão fácil assim de se fazer e passa a creditar o trabalho de Ryan. Além disso, e não menos importante, Ryan também se depara com o fato de sua vida ter se tornado vazia, desconectada e isolada de um ‘mundo’ ao qual ele achava que não fazia parte - ou que achava que não gostaria de fazer parte.

Estar sempre ocupado com a próxima viagem e com o próximo destino nunca permitiu que Ryan se conscientizasse de seu próprio destino, seus anseios e desejos.

Jason Reitman utilizou trechos reais de depoimentos de funcionários realmente demitidos ao redor dos EUA, dando ao filme uma cara politizada, dando enfoque a crise financeira que abalou o país, e o império americano nos últimos anos.

Todos esses elementos tornam “Amor sem escalas” um forte candidato ao Oscar 2010 como Melhor Filme. Ao contrário de “Avatar” de J.Cameron que vem ‘metralhando’ com seus efeitos espetaculares, o filme de Reitman, é cotado pois arrisca "traduzir", através de sutilezas e sentimentos, homens como Ryan Bingham que crêem no trabalho, e se deixam levar pelo lado profissional mais que o pessoal, algo muito comum.

Um tema forte, presente, atual e contado com extrema inteligência, sagacidade, delicadeza e humor.

A fragilidade de Ryan é vivida intensamente - um homem que acredita piamente na maneira que elegeu para viver e que se depara, de repente, com algumas coisas 'diferentes' - os sonhos ingênuos da novata Nathalie, o rumo que a vida deu às suas irmãs, e finalmente, Alex (Vera Farmiga), uma mulher onde Ryan descobre uma vontade inédita, inóspita e que aparentemente coloca em choque todo esse dogma e seu jeito de ser.

A maneira como o personagem chega a um fechamento (se é que chega) é algo ímpar, poético e muito rico. Uma peculiaridade a respeito do olhar masculino das coisas...

Concorrem ao Oscar 2010 como coadjuvantes, ambas as atrizes Anna Kendrick e Vera Farmiga. Atuações corretíssimas!!

George Clooney surpreende.

Jason Reitman é o homem do ano. Com seis indicações ao Oscar "Amor sem escalas" emplaca, e o que poderia ser mais uma comédia romântica se revela um filme de forte apelo e com temas importantes; depois de excelentes filmes como "Juno" e "Obrigado por fumar" Jason só tem a torcer - Sua direção nada óbvia e bem humorada pode lhe render bons frutos.

"Imagine que sua vida é uma mochila... Coloque dentro dela as coisas que você fez, conquistou, as pessoas...."

Nada fica "up in the air" depois de assistir o filme..

Um filme para ser apreciado com a mente bem aberta!

FICA A DICA!

Concorre ao Oscar nas seguintes categorias:

Melhor Filme

Melhor Direção

Melhor Ator

Melhor atriz coadjuvante

Melhor roteiro adaptado

Um comentário:

  1. o melhor filme do ano, na minha opinião.
    daqueles filmes em que vc fica dias pensando a respeito.
    fiquei bem decepcionada de Guerra ao Terror ter levado o prêmio máximo.

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