domingo, 7 de março de 2010

"Crazy Hearts", 2009, Scott Cooper



Coração Louco” permite Jeff Bidges 'botar para fora' uma excelente atuação, mas sem grandes emoções. Conta a história do cantor de country Bad Blake, que aos 60 anos de idade, já cansado das turnês e desgostoso com a vida itinerante, continua de bar em bar ‘alegrando’ a vida de moradores das pequenas cidades dos estados de Arizona, Texas, Colorado e afins. Bad, em uma de suas paradas, conhece Jeannie (Maggie Gyllenhall), mãe solteira, jornalista que propõe fazer um artigo sobre o mesmo. Encantado com a mesma, Bad se vê diante de um motivo especial para continuar com sua cantoria, e assim, entrevista vai, passeio vem, os dois acabam se apaixonando. Bad, é alcoólatra e um pesado tabagista, e aos poucos, Jeannie começa a ver estes ‘detalhes’ como fatores preocupantes. Um dia, Bad, já meio alcoolizado, perde o filho pequeno de Jeannie num shopping, provocando então uma preocupação e ira descomunal na moça, onde tal não vê outra saída se não cortar relações com um homem que, segundo ela, está nítidamente querendo dar fim a sua vida.

Um parêntese: Bad não teve culpa nenhuma no sumiço do filho de Jeannie - algo que pode acontecer com qualquer um - a atitude dela é inteiramente desmesurada – uma situação que poderia ter sido explorada dando enfoque ao descaso e desleixo do personagem de Jeff Bridges, e não à reação exagerada de Maggie Gyllenhall, onde sobressai a dificuldade que a personagem dela tem para lidar com homens em geral e alguns como Bad. Isto posto, esta separação dos dois fica meio solta, meio exagerada, mal argumentada e explicada, uma pena...

Nevertheless, sem dinheiro e desesperado, Bad, aceita até, ser o show de abertura de um cantor de country – a sensação do momento nos EUA – que, ironicamente, foi seu aprendiz. Bad, como todo artista se vê entre a honra e o dinheiro, mas acaba aceitando e tendo que lidar com tal situação.

Bad, assim, descobre que não foi uma decisão tão má, mas ao mesmo tempo se vê como um artista ultrapassado. Após um acidente de carro, vômitos e muitas sensações de mal-estar, ao se ver derrotado pela vida e o abuso de álcool e cigarro, Bad decide partir para uma clínica de reabilitação, e assim, consegue se livrar de ambos. Sua carreira, então, deixa uma pseudo-decadência e começa a melhorar.

Um filme flat, sem grandes oscilações, mas que remonta a vida de Bad Blake, e oferece uma visita á vida de um homem à beira da decadência e que se vê capaz de sacudir a poeira e direcionar seu potencial para outros horizontes.

"Quem é orgulhoso a si próprio devora." Já diria W. Shakespeare.

A vida só acaba quando queremos que acabe.

Jeff Bridges tem sua 5ª indicação ao Oscar em 2010 como Melhor Ator. É sim um trabalho de artesão, delicado e sincero. Mas nada que tenha exigido muito desse excelente ator.


Fica a dica.

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