Assim como “O segredo de Vera Drake” & “Segredos e Mentiras”, de Mike Leigh, a diretora Lone Sherfig esbarra na trave e quase emplaca com “Educação” que se trata de um outro conto inglês que retrata um pouco da vida inglesa burguesa, a falada falta do que fazer, o marasmo, o tédio, a conduta, as regras e o cinza do país, bem contados, porém, sem grandes surpresas.
Jenny (Carey Mulligan), 16 anos, é uma aluna exemplar que tem como ambição se formar em Oxford. Tem então, dentro de casa, pais rígidos que exigem dela estudos 24/7. Eis que um dia conhece David (Peter Saarsgard), 20 anos mais velho, rico, que lhe oferece conhecer as ditas “coisas boas da vida”, boites, bares, festas, diversão, gastronomia e afins. Tudo vai bem até que a escola de Jenny descobre o ‘affair’ e apresenta a ela uma difícil decisão: Largá-lo para que ela possa estudar e ser ‘alguem’ na vida, ou se deixar levar por uma vida insegura, boemia e irresponsável com este homem. Nada surpreende no roteiro, que toca num assunto batido como 'a função da mulher na sociedade' - Mulheres devem estudar ou esperar maridos ricos? - Além disso, o filme se desdobra de maneira mais que previsível – David na verdade consegue seus bens e as diversões através de atos escusos, e não se trata de um homem de uma mulher só, nítidamente. Com a reviravolta, nada surpreendente, de eventos, Jenny se depara com uma questão angustiante sobre o sentido da vida e assim repensa alguns valores questionáveis, a educação e principalmente aqueles atalhos que aparecem diante dos olhos de vez em quando. Para uma mulher basta casar-se, ou é necessária uma boa educação?
A dica não ficou.
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