quarta-feira, 3 de março de 2010

"A fita branca", 2009, Michael Haneke


A fita branca” se trata de um retrato fiel à vida levada 100 anos atrás na Alemanha num período pré-1a Guerra Mundial. É assim, sob a égide de um barão autoritário e centralizador e um padre católico ortodoxo, que vivem os habitantes de um pequeno vilarejo alemão, um onde a moral, a ética e a conduta são sustentados por uma educação patriarcal, uma fé dogmática e a ignorância completa. Sobressai acima de tudo uma falta de tato conjugada com tal ignorância no que diz respeito ao tratamento dado às crianças.

Todo esse clima, essa tentativa de ‘ordenar’ as pessoas é contestada justamente por uma sucessão de acontecimentos estranhos que pairam como uma espécie de vingança e punição aos maus tratos e a uma exigência imposta pela sociedade em si. Uma dura crítica aos valores e a moral de uma época – como lidar com a infância, o tratamento dado às mulheres e assim por diante. "A fita branca", segundo um dos personagens, é usada quando alguma criança erra ou comete um pecado. Uma marcação que nos faz lembrar de uma outra guerra…

Mesmo tendo um roteiro confuso e mais de duas horas que demoram a passar, “A fita branca” é um filme dirigido corretamente e deixa o espectador sentir as dores, angústias e medos de todos os personagens sem entregar de graça tais sentimentos. Uma obra que procura traduzir e descobrir o ódio de um povo, um sentimento despertado, desorientado e desprovido de culpa, razão e remorso que pode ter dado início a um pensamento nazista do país.

Concorre ao Oscar 2010 como Melhor Filme Estrangeiro

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