terça-feira, 2 de março de 2010

"Guerra ao Terror" 2009, Kathryn Bigelow


Guerra ao Terror” de Kathryn Bigelow e escrito por Mark Boal traz um retrato mais que fiel dos acontecimentos e desastres que se deram no Iraque, os ‘bastidores’ e outras facetas de uma Guerra permeada de incertezas, injustiças e informações veladas. Opiniões políticas à parte, Kathryn Bigelow concluiu uma obra de ficção sob uma ótica quase documental extremamente apurada, que denuncia o inferno vivido tanto pelos soldados americanos quanto pelos muçulmanos e que discute justamente a estratégia global de combate ao terrorismo encaminhada pelo ex-presidente George Bush.

Com uma câmera na mão, trêmula e que abusa e usa de ‘zooms’, ângulos e enquadramentos improvisados, Kathryn traduz um clima realista e ao mesmo tempo tenso, agitado e caótico. Um filme meticulosamente invasivo e bem dirigido.

William James (Jeremy Renner) e JT Sanborn (Anthony Mackie) são sargentos do exercito americano e cabe a eles a tarefa de desarmar bombas, homens-bomba e qualquer outra espécie de explosivo - traduzem o inferno que se passa no Oriente Médio sob o ponto de vista dos milicos americanos. Ambos os atores cumprem os papéis extraordinariamente e presenteiam a platéia com as angústias, pavores, a adrenalina, o vazio e as duas mais latentes idéias: a sensação de fragilidade e dispensabilidade - a possibilidade de que a qualquer minuto sua cabeça pode voar pelos ares e ninguém “gives a shit!”. Atores preparadíssimos...

Mesmo sendo massante, repetitivo, e até tedioso em alguns momentos “Guerra ao terror” possui altos momentos de suspense, planos muito bem pensados, e um texto pra lá de bem escrito!

Há apenas um momento onde William James parece lembrar Daniel Craig - James Bond, com uma pistola em punhos, querendo dar uma de herói, ‘passeando’ por uma cidadela árabe na calada da noite. Americanos... hunf!

Concorre ao Oscar 2010 como Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Ator (Jeremy Renner) justamente por reunir tantas qualidades, fora é claro, a idéia central - o tapa na cara do Sr. Presidente dos Estados Unidos da America.

Fica a dica. (Para quem se interessa pelo tema, caso contrário...)

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