É sempre revigorante assistir a atores novos, maduros e presentes.
Um ano depois, mesmo sabendo que não teria chances, Christine resolve ir atrás de David. Ao tocar a campainha, quem abre a porta? O envergonhado Matheus.
Dali em diante uma longa conversa se instaura entre surpresas e fortes emoções.
Christine faz aquilo que justamente não gostaria de fazer. Mostra ao mundo uma faceta malandra recheada de glamour e fantasias quando, na verdade, se trata de uma moça simples com desejos ordinários. Marjorie Estiano solta a imaginação e explora a profissional do sexo que habita suas fantasias...
David faz do sexo o espelho de sua virilidade, algo que tem valor apenas narcísico. Mostra, portanto, grande dificuldade em estabelecer relacionamentos maiores que os de uma noite só – Um verdadeiro covarde.
Matheus faz parte daquele grupo conhecido como os Nerds. É engraçado ver como o nerd só existe a partir do olhar de caras como David. Neste caso, Rafael Primot, como de praxe, arrebenta na composição de mais um conflitado “adolescente”. Um típico rapaz que sonha em ser super-homem.
Inverno da Luz Vermelha é uma peça sucinta, enxuta e nada presunçosa. Recria no palco a vida destes três personagens contemporâneos, exibindo uma época e uma tristeza retumbante.
Uma peça muito prazerosa.
Fica a dica.
"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história."
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