Melhores amigos são como almas gêmeas – o que um sente o outro sente também; o empurrão que um dá vale mais que duzentos empurrões de um simples mortal. Livres, Rick e Fred partem pelos bares afora para tentar “pegar” alguma gatinha manhosa, pondo para fora assim vinte anos de tensão sexual, mas encontram, ao final de contas, que casaram por outros motivos...
Bobby e Peter Farrelly são mundialmente conhecidos por pelo menos três obras que causaram frisson considerável na segunda metade da década de 90. Debi e Lóide, Quem vai ficar com Mary? e Eu, Eu mesmo e Irene. São eles os responsáveis por criarem filmes realmente engraçados sem precisar baixar o nível – ou quase isso...
Na última década, não conseguiram emplacar nenhum grande hit e vêm agora com Passe Livre comprovar que, muitas vezes, genialidade é como a ansiedade – algo que dá e passa.
Passe Livre é notavelmente um filme bobo. Uma temática quase adolescente, sem grande deliberação, algo que parece dialogar com um público D americanóide. É possível contar nos dedos as piadas engraçadas – de fato, há meia dúzia de piadas impagáveis, mas que não valem o ingresso. São, na maioria, cenas toscas, piadas batidas e um humor meio confuso, que esbarra num humornegro impertinente, para não dizer indelicado e composto de cenas desnecessárias. A escatologia há de ser bem equilibrada e sustentada por um roteiro inteligente, caso contrário, apenas ela sobressai, causando certa estranheza e vergonha alheia.
Owen Wilson e Christina Applegate “salvam” o filme. Bons atores que cumprem suas funções adequadamente. Mas nada que valha a visita à sala de cinema.
Um filme mais que esquecível. A fama tem dessas coisas: nem sempre o artista cria algo no mesmo nível e quem paga é o fã.
Os Farrelly perderam a mão.
Sem dica desta vez.
PS: vale a pena dar uma olhada na entrevista: http://www.imdb.com/video/imdb/vi876780057/
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