Uma comédia para ninguém botar defeito.
Manhã Gloriosa é um daqueles filmes que cativam justamente por abordar um assunto simples mas que, dada sua particularidade, gera uma curiosidade gostosa e despretensiosa. Muita gente desconhece a função de um produtor executivo de cinema e tv – é ignorada, portanto, a dificuldade e o desafio que tal ofício traz consigo.
Becky Fuller (Rachel McAdams) acaba de ser demitida de um programa de tv matinal bem ao estilo Ana Maria Braga. Depois de passar dias procurando um novo emprego surge uma oportunidade de trabalhar num programa,“Daybreak”, que está decadente e que vem perdendo ibope há meses. Sua apresentadora Colleen Peck (Diane Keaton) é adorada pelos nova-iorquinos mas seu programa já não tem mais o glamour de outrora. Assim que é admitida, Becky, passa a fazer sistemáticas mudanças nos quadros do programa – algumas funcionais e outras nem tanto. Com o passar do tempo, Becky, tornou um programa basicamente voltado para jornalismo num show de entretenimento. Porém, nada disso alavancou a audiência levando a mesma a ficar na corda bamba. Eis que numa bela manhã ensolarada Becky teve sua derradeira e insólita idéia – contratar Mike Pomeroy (Harrison Ford), tido como um dos grandes nomes do jornalismo americano (padrão Larry King), para ser ancora de “Daybreak”, junto a Colleen Peck.
Ao receber a noticia, Pomeroy ameaça uma síncope cardíaca. Que absurdo alguém com tanto renome, distinção e erudição ter a carreira resumida a um programa matinal - Pomeroy tem um acordo com a emissora que não lhe dá nenhuma opção senão topar a parada.
Et voilà: temos aí um embate épico – o produtor executivo que luta pela causa e um protagonista que esta se lixando pela mesma. Nada daquilo que Becky sugere à Pomeroy convence o sexagenário. O tal apenas lê o que lhe dão e o faz de muito mal-humor.
Até que chega o dia em que é decretado o cancelamento do programa. A partir daí a batalha de Becky passa a ser uma pessoal onde convencer Pomeroy pode se tornar uma lição de vida memorável.
Um roteiro ultra batido e com situações e texto dos mais clichês.
Porém, e felizmente, Roger Mitchell estava sob comando dessa operação. Em primeiro lugar dando ao filme uma direção correta e enxuta, tornando a história ágil e envolvente. Em segundo, pela capacidade de selecionar as melhores cenas e os diálogos mais relevantes - soube aproveitar o talento de seus atores criando um clima muito tenso e com piadas formidáveis. Rachel McAdams, como de costume, compõe um personagem vivo e pulsante – uma produtora arguta e convincente. Harrison Ford não esboça um sorriso até a última cena do filme – algo aflitivo! Ambos McAdams e Ford compõem uma dupla divertida. Situações inusitadas e cômicas além de bastidores devassados na íntegra – um onde torcer por Becky é algo mais que empolgante.
Lidar com grandes egos abre espaço para ótimos filmes...
Entretenimento bem feitinho e gostoso de assistir.
Fica dica.
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