sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Os famosos e os duendes da morte", 2009, Esmir Filho


Ao meu lado havia um grupo de adolescentes, de seus 12-14 anos de idade assistindo o filme de Esmir Filho. Pérolas como, “não estou entendendo nada!” ou “Esse diretor tomou um ácido!” e mais, “Não acaba nuuuuuunca!” fazem do filme deste jovem diretor o grande atrativo. Justamente por Esmir optar em ‘texturizar’ seu filme, dar a ele uma forma, cor e linguagem única, “Os famosos e os duendes da morte” aparece como um longa-metragem extremamente autoral, ousado e com 'look' de obra de arte. Percebe-se facilmente que cada plano foi pensado meticulosamente, e que sendo assim, cada um deles tem um significado importante e uma intenção para estarem ali.

O filme conta a história de um garoto de 16 anos, fã de Bob Dylan e habitante de uma minúscula cidade rural do sul do Brasil. Ele tem acesso ao restante do mundo apenas por meio da internet, e assim passa as horas diante do computador imaginando a vida e a vida dos outros. Faz da interface virtual uma ferramenta para socializar, namorar, dividir e saber das coisas. Numa cidade extremamente limitada, vive esse garoto com anseios de gente grande, de gente urbana e que gosta de Bob Dylan.

Desta forma, Esmir, dirige um filme belíssimo, poético e nada vago. Pelo contrário, que trabalha justamente a inquietude, os anseios e dúvidas de uma época na vida de todos que passa de maneira aflitiva – a adolescência.

Assim, Esmir conta a história de um garoto, mais um entre milhares, que fazem da vida 'virtual' um elo entre a angustia de uma vida isolada e o 'mundo', as coisas e o Bob Dylan.

Um outra forma de assistir - calma e contemplativa - Outro tempo, outra experiência.

Fica a dica para olhos sensíveis.

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