Ocorre, em 1974, um crime - uma mulher de 23 anos é brutalmente assassinada, não há suspeitos aparentes e tudo gira em torno de ser mais um caso sem resolução. Porém, um oficial de justiça Benjamín Espósito (Ricardo Darin) acaba por se envolver com a história e convence uma promotora de ir atrás de pistas. Vinte e cinco anos mais tarde, já aposentado, Espósito, escreve um romance se baseando no caso e nos fatos dessa história e resolve mostrar para o viúvo da moça assassinada. Ali, além de novas informações, surgem uma série de sentimentos à respeito do “deixar passar” e da capacidade de ir adiante com a vida.
O filme tem como linguagem cortes temporais que fazem ligação entre o passado e o presente - trazendo à tona ora elementos de suspense sobre o crime em si e outrora alguns mais dramáticos, sobre o sofrimento causado às pessoas envolvidas.
Neste vai-e-vem, Espósito, confronta-se com seu passado e com uma incapacidade de dar fim à capítulos de sua vida.
Campanella, portanto, transforma um thriller policial numa obra onde o personagem central questiona sua vida, suas escolhas, perdas e vitórias ao redor do tal crime. A direção consegue misturar (literalmente) elementos de suspense e drama que dão, justamente, um caráter único ao filme – algo realmente diferente e conduzido na medida certa, nem melo dramático e nem de thriller boboca.
Com formidáveis atuações, texto elaborado, pitadas de suspense e um ‘gran finale’ digno de queixo caído, "O Segredo dos seus olhos" se trata de mais um sucesso argentino - Não é à toa que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Melhor filme do ano. Digo sem medo de estarmos, ainda, em Abril.
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