Arrisco dizer que a história de um rapaz gay, Ezri (Ran Danker), que procura emprego num açougue Kousher é pouco crível. Quer dizer, imaginar que durante a tarde o judeu ortodoxo e açougueiro, Aaron Fleshman (Zohar Straus), ‘carca’ o menino e de noite volta para sua vidinha religiosamente vigiada e cuidada, numa comunidade minúscula, em plena Jerusalem, onde seu espirro pode derrubar 3 homens – bem, não falemos sobre credulidade – falemos sobre a mensagem, sim?
Um homem sério, que prioriza esposa, filhos, trabalha duro e tem uma imagem impecável na comunidade. Eis que um dia a tentação bate à sua porta e como ele mesmo profetiza numa cena linda – “Deus coloca sobre nós essas situações justamente para nos testar, para mostrarmos a ele que somos capazes de passar por cima desses pecados da carne”.
Os minutos finais do filme valem a ida ao cinema – momentos em que Aaron percebe que a vida é sobre as diferentes experimentações, sobre como lidamos com elas e sobre como alguns dogmas ignorantes tiram das pessoas essa possibilidade que só traz benefícios – aprendizagem, experiência e auto-conhecimento.
Minutos finais que falam sobre dignidade. Um filme que questiona em dias atuais idéias tão absurdas de uma tradição antiquada, secular e preconceituosa - Um filme delicado.
Bem, assistam a “Pecado da carne”
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