"Ai, ai meu deus...?
O q foi que aconteceu...? Com a musica popular brasileira. Todos faram
sério... Todos eles levam a sério... Mas esse sério q parece
brincadeira..."
Dizia a letra de
"Festa de Arromba" de Rita Lee.
O Tropicalismo foi acima de tudo uma grande experimentação. Em meio ao caos cultural que se instalava no final de década de 60, Caetano, Gil, Tom Zé e Rita Lee dedicavam-se a honrar o movimento antropofágico, promovendo (ou regurgitando), então, musica internacional de qualidade, apropriando-se do que era popular e erudito, gerando, no mínimo, inovações estéticas bastante aprazíveis e inspiradoras.
Enquanto uns os
criticavam pela falta de teor ligada a problemática politico-ideológico, outros 'mais espertos' viam da "na piscina, da margarina, com a
carolina e movido à gasolina.." justamente a forma de crítica possivel,
através da abstração com palavras e jogos linguisticos que não se preocupavam
com a forma em si.
A Tropicália, por assim
dizer, entre vaias e gritos histéricos, atravessou o país com um 'visage'
vago, porém, repertório invejável, inovador e para lá de divertido.
O filme de Marcelo
Machado é um apanhado muito bem costurado e arranjado de vts, cenas pessoais dos artistas e gravacoes dos programas de tv da época que exibiram a febre e verve desse movimento. Os anos ali
apresentados; 67, 68, 69, mostram bem o cilma que se instalava no país, bem como os caminhos que a
musica popular brasileria traçaria.
Com olhares perdidos e
verbo na ponta da lingua, Caetano, Gal, Gil, Rita e Tom, são apresentados ali, de forma apoteótica e o filme "Tropicália" traduz, então, de forma
colorida e emblematica aquela época tão "prestigiosa" para a musica popular brasileira.
“Tropicália”
imprime de forma pontual o espirito daqueles jovens artistas – antenados, vividos e ousados.